domingo, 15 de dezembro de 2013

Querida Anne

Anne escreveu prosa e poesia.
Chamava de Kitty a quem escrevia 
e que melhor lhe conhecia.
Não era diário, mas lhe escrevia quase todos os dias.
Desejava ser escritora e continuar vivendo,
mesmo sabendo que morreria.
Conseguiu o que queria. 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O namorado cozinheiro

Marina e João namoram há dois anos e há um ano ela tenta acabar o relacionamento, sem sucesso. O motivo do insucesso todos sabem: João cozinha muito bem. Ele é chefe de cozinha no Alecrim, um dos melhores restaurantes da região.
Todas as vezes que Marina esteve decidida a acabar o namoro, seu namorado preparou algum prato maravilhoso, muitas vezes acompanhado do melhor vinho francês. Convenhamos, não deve ser nada fácil dispensar um tipo desses.
Ninguém sabe ao certo se João prepara todos esses pratos para que sua amada não o deixe, mas algumas amigas de Marina desconfiam que sim. Só para se ter uma ideia, há dois meses  ela se mostrou decidida a contar toda verdade para João, mas não conseguiu depois de comer aquela pasta maravilhosa de tomate seco.
Mas, semana passada, diante da angústia que estava sentindo, Marina telefonou para sua melhor amiga e contou que iria dar um basta naquela situação. Não era justo com ela nem com o João. A amiga, que estava ansiosa para saber o que tinha acontecido, telefonou no outro dia:
- Marina, e então? O que aconteceu ontem à noite?
- Eu pedi o João em casamento!

sábado, 19 de outubro de 2013

Ao vinho

Embora seco, ele me faz sorrir. Já contigo é diferente: falas com tom suave, mas não consegues me arrancar nenhum riso frouxo. Espero que minha sinceridade não te incomode, é mais culpa do vinho do que minha ou tua. E, não fosse ele, não saberias nunca da verdade. Por isso, lembras sempre de encher a minha taça. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Em versos

Quando tua carta chegou 
eu ainda te amava, 
é verdade. 

Mas eu te disse que 
não acreditava em nada 
que fosse escrito em versos. 

Não entendi 
tua insistência. 

Joguei fora
a carta e o amor. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Eu mudo porque
as coisas mudam
e não gosto de ficar muda
diante das coisas que mudam.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Espera, coração

Em breve, coração, terás mais do que sossego. Acalma-te. Não há necessidade para tanta inquietação. Tu sabes disso e pareces esquecer. Espera que as mentiras sempre chegam.

domingo, 1 de setembro de 2013

Castração

Nasci com uma vontade de ser
mas me impuseram crer.

Decidiram quais deveriam 
ser minhas verdades,
qual roupa sair aos domingos,
a que horas.

Me mandaram para a escola.
Deveres: era sobre isso
que me ensinavam.

Me proibiram de ler
livros inapropriados.
Os que eram apropriados
para a minha alegria.

Castraram-me.

domingo, 25 de agosto de 2013

Dores

Não as quero. 

sábado, 24 de agosto de 2013

Receita para bem viver

Ingredientes:
2kg de tolerância em barra
900 gramas de poesia em pó
3 colheres de sopa de alegria
1 taça de vinho de bons amigos
Raspas de beijos e abraços
Amor a gosto

Modo de preparo:
Misture tudo. 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Gavetas vazias

Entrei na tua casa e revirei a tua vida. Abri tuas gavetas, teus armários o teu coração. Não encontrei nada deixei tudo como estava: vazio de mim.

domingo, 4 de agosto de 2013

Sinceramente

Ela
sincera
mente
sobre
o que
lhe convém.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Nada ficou no lugar

Ele me levou para conhecer sua família. Era um fim de semana. A nossa viagem de ida foi maravilhosa. Paramos para tomar sorvete, tirar fotos e jurar amor eterno um ao outro. Estávamos no início de namoro, e lembro que mal saíamos da cama. Só fizemos essa viagem porque a família dele insistiu em conhecer a nova namorada e a casa deles era pertinho da praia (estávamos em pleno verão). Ao chegar fomos muito bem recepcionados por todos, e sua mãe logo nos mostrou o quarto que iríamos ficar. Corremos para debaixo do chuveiro e transamos. Fomos dormir. Acordamos com a mãe dele batendo na porta e perguntando se estava tudo bem. Gritamos que sim e rimos baixinho. Foi engraçado. Nos vestimos e descemos. Outros primos tinham chegado enquanto dormíamos. Vieram se apresentar e meu coração quase disparou quando um deles veio falar comigo. Na hora eu não sabia o porquê da euforia, mas bastaram dois dias para eu entender: o cara adorava os mesmos escritores que eu, escutava quase todas as mesmas bandas que eu escuto, era gentil, tinha um hálito maravilhoso e de quebra, ainda era lindo. Essas foram as qualidades que eu consegui descobri em dois dias. Tinha mais, muito mais. E eu descobri logo em seguida, quando terminei o namoro. 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O quanto cabe em uma sacola

Não me peças para carregar tantas dores na mesma sacola em que carrego o silêncio, os teus beijos e o pôr-do-sol. Nem em outra. Afinal, sejamos francos: elas não foram feitas para aguentar tudo isso. 

terça-feira, 23 de julho de 2013

O troco

- Pode ser balinha?
- Depende.Tem sabor sabor vingança? 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

A língua lambe

Quero falar tua língua e a quero no meu corpo. 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Carta para um bom moço

Não percebes que nunca estou a te esperar? Por mim, tu viravas a cara ao me ver dobrar a esquina. É preciso que saibas o quanto não gosto de ti, por isso te escrevo. A melhor coisa que tu fazes é me esquecer. Joga fora tudo que vivemos juntos e se possível muda-se para outra cidade. E saibas que não irei pedir desculpas por te tratar assim, eu preciso ser cruel às vezes e não tenho culpa se tu és um bom moço.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Um quarteto de vida

Esta vida que é vazia
mas está cheia de poesia
se mostra bonita 
quando a gente precisa.  

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A verdade não me basta

Eu quero mais é que tu finjas ser feliz ao meu lado, me escrevas sobre sentimentos que você nunca sentiu, me leve para almoçar na tua casa e minta dizendo que tua mãe me adora. Eu quero que tu me enganes. Vai, por favor, faz o que te peço. Só não me deixa viver acreditando que eu posso viver sem ti. 

sábado, 29 de junho de 2013

Final feliz

Ele, durante muito tempo e ao mesmo tempo, dizia que me amava, segurava na minha mão, me contava mentiras e me fazia chorar; até que eu descobri que amor nada tinha a ver com isso. 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Pay attention

I want a lover, not a love.
Do you understand?
LOVER, not  LOVE.
This is not  difficult.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A FELICIDADE

A felicidade, logo ali ao lado, pode ser traiçoeira. Te faz virar a esquina, só para que tu vejas, o quanto ela está distante. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Read for me

Take a book,
open your heart
and tell me 
one history, please. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

As mulheres e suas roupas

Recentemente, ouvi uma pré-adolescente contar que uma de suas amigas foi abordada por um adulto na rua. Segundo ela contou, o homem estava dentro de um carro e parou ao lado da garota, lhe oferecendo dinheiro. Como a menina recusou, ele tentou forçá-la a entrar no carro, mas ela conseguiu fugir. 
Ao terminar de narrar o episódio, a pré-adolescente comentou que sua amiga era bonita e usava roupas curtas, e que por isso chamava muito a atenção dos homens. Uma outra menina, que também ouvia a história, comentou: "Também, ela quer usar roupa curta e ser tratada como princesa?". 

Agora me diga que cultura de estupro não existe. 

domingo, 19 de maio de 2013

MARIA

E agora, Maria?
A tristeza acabou
mas não veio a alegria.
Meu coração se quebrou
e não restou nenhum amigo.
E agora, Maria?
Quero correr mundo
mas já não há mais perigo.
Me diga o que eu faço, Maria.
Você tem um nome tão bonito.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Protagonismo

Sou protagonista de uma história mal contada e tudo começou quando não me perguntaram se eu queria fazer parte dela.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

I do


I shout
But I never know
If people listen  

I cry
But I never know
If people see

I love
But I never know
If people feel

I lie
But I nerver know
If people believe

sábado, 27 de abril de 2013

MONÓLOGO


- De que te servem essas lágrimas, criatura? Não as vejo limpando nada. Será preciso mais do que um clichê para sossegares teu coração.

domingo, 21 de abril de 2013

Manuel, o menino lix(vr)eiro


Até meus 16 anos minha mãe me levava para a escola. Como eu tinha que ir a pé e sozinho (só havia dinheiro para o ônibus na volta), ela temia que algo acontecesse comigo. Saíamos logo cedo, e não apenas por que íamos andando, mas por que mamãe levava seu carrinho de mão e nós dois íamos remexendo o lixo que encontrávamos no caminho. 
Eu adorava imaginar como eram as pessoas “donas” do lixo que encontrávamos. Se havia, por exemplo, uma embalagem de pizza, pelo tamanho eu imaginava quantas pessoas viviam na casa. Gostava também de visualizar todos felizes na mesa, comentando o quanto aquela pizza era saborosa. Às vezes, eu até imaginava como seria eu e mamãe sentados em uma mesa comendo pizza.
Quando era meu aniversário, eu e mamãe sempre brincávamos que o meu presente estaria escondido em alguma lata de lixo. A gente se divertia muito procurando, apesar do fedor. No meu aniversário de 13 anos nós encontramos um livro, novinho. Nessa época, eu nem gostava muito de ler. Mas, o título do livro chamou minha atenção: O menino lixeiro.
Devorei o livro em poucos dias. A cada página eu não podia acreditar que estava lendo uma história tão perecida com a minha. O menino lixeiro conta a história de um garoto de 13 anos que encontra um livro no lixo e depois disso começa uma jornada incrível à procura de outros livros até conseguir montar uma biblioteca.
No início achei até que minha mãe teria escondido esse livro naquele latão onde o encontramos, mas depois lembrei que ela não sabia ler e descartei a ideia. Decidi então mostrá-lo a minha professora de português, para saber se ela conhecia o tal livro. A professora disse que nunca tinha ouvido falar no livro nem no escritor, mas perguntou se eu já havia lido “Manuel e seus livros”. Acreditem, esse é meu nome.
Esse foi então o segundo livro que li em minha vida. Ele contava a história de um menino muito pobre que adorava ler e escrever. Manuel, o personagem, como não tinha muitos livros, começou a escrever suas próprias histórias e lê-las na escola para os seus colegas. Todos adoravam o que ele escrevia. Aos 15 anos publicou seu primeiro livro e aos 20 já era um famoso escritor.
Como vocês já devem imaginar, depois disso eu não consegui mais parar de ler. Todos os dias eu torcia para encontrar um livro no lixo. Nunca mais encontrei, mas isso não foi problema. Comecei a fazer como o menino lixeiro. Todos os dias escolhia algumas casas e batia de porta em porta, perguntando se alguém queria doar algum livro.
Aos poucos fui montando minha biblioteca. O espaço da minha casa casa era pequeno, mas uma vez uma senhora muita simpática me deu uma estante, para que eu pudesse guardar os livros sem ocupar muito espaço. Durante essa minha jornada pedindo livros, fiquei impressionado com a simpatia de algumas pessoas. Depois entendi o motivo, e se você é um leitor, eu sei que não preciso explicar o porquê.
Quando completei 15 anos, mamãe me deu de presente um livro. Pela primeira vez na minha vida, ganhei um presente que não havia sido jogado no lixo. Ela disse que não sabia nada sobre a história, que ficou com vergonha de dizer na livraria que não sabia ler e pegou o primeiro livro que ela viu.  O título era “A biblioteca mágica”. Nesse livro, a personagem principal era um menino rico, que não possuía nenhum amigo, só livros; até que um dia ele decidiu convidar todos os moleques da favela para ler os seus livros e ganhou um monte de amigos.
Percebi então que eu deveria fazer o mesmo. Não que eu não tivesse amigos, mas achei que deveria repartir aquela riqueza. Comecei a chamar todos os garotos da comunidade onde eu morava para passar as tardes lá em casa. Como eu já disse, o espaço era pequeno, então tínhamos que ficar do lado de fora. Alguns ainda não sabiam ler, mas quem sabia contava o que estava lendo.
Essa poderia ter sido a melhor época da minha vida, se não fosse por um único motivo: mamãe morreu quando eu estava prestes a completar 17 anos. Tive que ir morar com uma tia, a única parente que se ofereceu para me acolher.
Eu preferia morar com os meus livros, mas tive que me mudar. A minha tia era legal, mas ela já tinha muitos filhos e problemas para cuidar. A casa dela era menor do que a que eu morava e eu não pude levar meus livros. A minha professora de português se ofereceu para guardá-los e eu aceitei.
Tive que parar de pedir livros e começar a trabalhar, pois minha tia disse que não ia sustentar vagabundo. Eu era ajudante de pedreiro do meu tio durante o dia e estudante à noite. Eu pensei em desistir dos estudos, mas sempre que eu pensava nisso eu lembrava de um personagem chamado João Balão, que começou a trabalhar na mesma idade que eu, mas nem por isso deixou de estudar. Ele queria ser advogado e conseguiu.
Eu não quero ser médico nem advogado, eu quero ser igual ao Manuel, e ganhar dinheiro escrevendo livros. Mas eu nunca havia escrito uma história até então; como eu poderia viver igual ao personagem que possui o mesmo nome que o meu?
Foi por isso que decidi comprar um caderno e escrever sobre a história da minha vida. Claro que eu não sei como ela acaba, vou escrever até descobrir. Mas você já sabe como ela começa, então pode imaginar como ela termina.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A ARTE E O AMOR


Tu sempre fostes um artista de mão cheia, mas nunca conseguisses desenhar o meu coração. Não digo que a culpa seja só tua, talvez a borracha que guardei dentro do peito tenha te atrapalhado. Mas, não posso negar que percebi tua falta de coragem. 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A cor da felicidade

Mais do que sentir
cheiro e dor,
sempre quis
descobrir se 
         [a felicidade
tinha cor. 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Precisa-se

Do que é bom
Não causa dor
E não se chama amor

domingo, 7 de abril de 2013

Indisposição


Não pense que eu sou intolerante. Juro que não o sou. O problema é que às vezes é difícil segurar na mão de quem se incomoda com a felicidade que não lhe pertence. Não consigo encher o coração por alguém que luta para tirar algo que por direito deveria ser de todos e não apenas de um determinado grupo. Não sinto vontade de dividir um pedaço de amor com quem prefere machucar os outros ao invés de curar suas próprias feridas. Sinto-me incapaz de sorrir para quem grita quando deveria falar baixo e ensinar que a violência faz mal. Não desejo sentar ao lado de alguém que não se importa em enxugar as lágrimas dos outros. Tenho medo das pessoas que dizem como homens e mulheres devem se comportar. Eu não me importo com o que elas falam, mas existem pessoas que sim, e eu temo por isso. Mas, acredite, não sou intolerante. É que às vezes me sinto indisposta para conviver com essas pessoas.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Não me repreendas

Tenho razão em ser assim. Já senti o gosto bom do amargo, vi o sol se escondendo atrás da lua, contei uma dúzia de verdades, amei, (não) fui amada e sei que ficção não tem vez no mundo da realidade. Então, não me repreendas quando digo que sou assim. Tenho razão de ser quem eu sou e de escrever certas coisas quando sinto vontade.  

quarta-feira, 20 de março de 2013

MELANCOLIA


Às vezes bate um desânimo,
e ao invés de atitudes
o que sobra são lágrimas.
As pessoas têm sido tão perversas
que às vezes desejo 
que Melancolia seja de verdade.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Uma piada (sem graça)


O fiel doou um cheque no valor de mil reais para a Igreja, pois o pastor disse que quem não doasse não teria suas preces atendidas. Dois dias se passaram e o milagre não aconteceu. O fiel decidiu perguntar ao pastor o que havia acontecido.

- Seu pastor, porque meu desejo ainda não foi atendido?
- Quanto o senhor doou?
- Mil reais.
- Débito ou crédito?
- Na verdade, eu passei um cheque.
- Para quantos dias?
- Noventa.
- Pois vai ter que esperar 88.

domingo, 10 de março de 2013

Invenções

Escrevo sem tinta.
Consigo enxergar mesmo
quando tapam meus olhos.
Escuto alguém cantando
mesmo que não haja som.
Viajo para lugares que não existem
e leio livros que nunca foram escritos.
Não me molho sob a chuva.
Conto mentiras
e acredito nas verdades
                                    [que me contam.
Finjo acreditar em tudo que escrevo.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

I'm a little dirty girl


I broke your heart
I lied
I don't cried
when I saw you go for far
But, I swear, I love you

Entre um gole e outro

Eu não entendo. A mulher do cara é linda, divertida e inteligente. Não enche o saco e faz tudo por ele. 
Por que você faz isso com ela? - perguntei diretamente.
Ele, entre um gole e outro, respondeu: "Ela não é a única". 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Um pouco de esperança não faz mal


Ainda há quem goste de ouvir o barulho da chuva e de apreciar o pôr do sol. Ainda há quem ajude os amigos sem esperar nada em troca. Há, ainda, quem levante para dar lugar a um idoso no ônibus. Ainda há quem goste de cheirar livro novo. Ainda há quem questione e grite “basta”. Há, ainda, quem adore o que é simples. Ainda há quem peça desculpas e diga obrigado(a). Ainda há quem leia poesia. Ainda há, por mais estranho que pareça, quem prefira a verdade. Há, ainda, esperança!  

domingo, 3 de fevereiro de 2013

MUNDO PERFEITO


Em um mundo perfeito
você não existiria,
mas pegaria na minha mão
e me levaria para onde eu quisesse.
Eu esqueceria seu nome,
mas você me chamaria
pelo meu.
Eu não escutaria,
mas seu corpo
esbarraria no meu,
e eu sentiria uma espécie de arrepio.
Em um mundo perfeito,
teu silêncio não me machucaria
e eu escutaria teu coração bater.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Parafraseando a poesia


Se só os começos são bons, e para poder sentir seria necessário estar sempre a recomeçar, o que fazemos agora, José? Nos rendemos ou vamos embora para Pasárgada, onde talvez isso não seja necessário? Eu posso dizer do amor (que não tive), que ele não foi perecível. Eu posso fazer entre as coxas, porque é público e óbvio. Mas e o coração? Se só os começos são bons, como se explica os finais felizes? Sim, eu sei, há fingimento, mas não se finge aquilo que realmente se sente? Não estou aqui para discordar de nada, ora pois. Eu sei que às vezes é melhor deixar tudo let it be e que a solução não seria alguém se chamar Raimundo. Mas, é que me botaram esse rótulo de homem e eu vou andando, vou rindo (aos solavancos) e questionando.

domingo, 27 de janeiro de 2013

O que eu preciso

Se preciso estar triste para te escrever estas linhas; de que me serve a alegria? Você me pede para abrir a janela, mas eu não quero ver que a chuva já não molha mais o nosso jardim. Nossos copos estão vazios e eu estou cansada de enchê-los. Quando você me chama eu escuto com dificuldade, parece que você está longe. Não me digas que o sol vai embora à noite porque eu quero acreditar que o nosso amor irá durar para sempre. Prefiro que me contes sobre o que meus olhos dizem enquanto eu choro e sinto dor.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

About me

Eu não gosto de animais e odeio literatura. Praia? não suporto! Quando alguém é grosseiro comigo finjo não entender. Nunca chorei assistindo filme de comédia e só vou ao cinema se estiver acompanhada. Acredito em príncipe encantado e em Deus. Dificilmente alguém me verá dançando. Me tornar professora nunca foi um desejo. Mudo de opinião só para agradar os outros. Tenho vergonha de falar em público. Acho o Chico Buarque um péssimo compositor e o Saramago um péssimo escritor. Nunca cometi loucuras e sou muito feliz.


Prazer, essa não sou eu.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

See, feel and listen


Open your window 
and see your life
Feel the sun
and my love
Listen the waves
and what I want to tell

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Epifânia literária

Pela primeira vez usarei o blog para transcrever o trecho de algo que estou lendo. O motivo? O título explica!

"Romper é palavra curta e fácil; mas começar a romper...

Havíamos nos sentado e não falávamos. Inês inclinou-se, afastou minha mão de seu rosto e cravou-me nos olhos, dolorosos de angustioso exame. 
- É evidente!... - murmurou. 
- O quê? - perguntei-lhe friamente.
A tranquilidade de meu olhar fez-lhe mais dano que minha voz, e seu rosto se transfigurou:
- Que você já não me ama! - articulou numa desesperada e lenta oscilação de cabeça."


Horacio Quiroga - A morte de Isolda In Contos de loucura, de amor e de morte

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

The true

I smile 
when I see you
I'm happy
when you kiss me
But I cry
when you kiss her
and break my heart