segunda-feira, 30 de março de 2015

Deixo sempre a porta aberta

Pra evitar claustrofobia.
Pra ninguém precisar bater e me acordar.
Pra você se sentir à vontade na hora de entrar.
Pra você ir embora na hora que precisar.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Meu eu-lírico não tem nome

Por que a necessidade de se nomear tudo? Só pra que eu possa pedir mais facilmente que me tragas um sonho da padaria? E se ao invés de nomes, todas as coisas fossem sentimentos? "Me traz da padaria aquele que tem sabor doce e me deixa com sentimento de alegria e culpa." 
No meu aniversário eu poderia pedir, por exemplo: "quero de presente aquelas folhas em branco com todos aqueles escritos que dizem mais sobre mim do que eu mesma." 
Ou, então, na hora de ir dormir, poderia gritar pra alguém lá de casa: "me traz aquele que adoro dormir, tem cheirinho de novo e me faz sentir que meu mundo é perfeito quando eu tô embaixo dele."
E, ainda melhor: não precisaria assinar meu nome depois de escrever um poema. Bastava que após o último verso eu colocasse: "escrito por quem não te ama". 

domingo, 1 de março de 2015

Por que eu me apaixonei por você (?)


- Por que você gosta de mim?
 
- Lembra aquele dia que você perguntou se eu gostava de coca-cola e eu te respondi que prefiro guaraná, que foi o mesmo dia  que você colocou pra tocar no carro aquela música que eu adoro mas nunca lembro o nome, e foi, também, o mesmo dia que a gente levou meu cachorro para passear e você disse que não se importava se ele sujasse o seu carro?
 
- Claro. 
 
- Foi nesse dia que eu me apaixonei por você.
 
- Por causa da música?
 
 - Não.
 
- Então o que foi?
 
- Minha mãe sempre disse: "namore um homem que não se importa com o carro dele".