sexta-feira, 20 de março de 2015

Meu eu-lírico não tem nome

Por que a necessidade de se nomear tudo? Só pra que eu possa pedir mais facilmente que me tragas um sonho da padaria? E se ao invés de nomes, todas as coisas fossem sentimentos? "Me traz da padaria aquele que tem sabor doce e me deixa com sentimento de alegria e culpa." 
No meu aniversário eu poderia pedir, por exemplo: "quero de presente aquelas folhas em branco com todos aqueles escritos que dizem mais sobre mim do que eu mesma." 
Ou, então, na hora de ir dormir, poderia gritar pra alguém lá de casa: "me traz aquele que adoro dormir, tem cheirinho de novo e me faz sentir que meu mundo é perfeito quando eu tô embaixo dele."
E, ainda melhor: não precisaria assinar meu nome depois de escrever um poema. Bastava que após o último verso eu colocasse: "escrito por quem não te ama". 

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